14.1.08

dernière haleine.

fecha os olhos e lembra-te.

partimos cedo. vemos o sol a nascer e a estrada à nossa frente. 2 horas de alcatrão e chegamos.
ainda é cedo mas para ti o dia já começou à muito. tens os animais para cuidar e o pão para fazer. sorris quando nos vês e vens ter connosco. abraços. beijos. entramos.
a cozinha está quente. a fogueira sobe a parede da frente e a televisão já com uma cor muito gasta está acesa. vou à sala. os bolos que compras sempre que sabes que vimos em cima da arca. mimas-me. os outros põem a conversa em dia. vejo a casa.
no pátio está tudo arrumado. o forno ainda está quente e as ervas foram aparadas. o cheiro da terra sente-se e ouvem-se as árvores ali à volta a quererem falar.
volto para dentro e vou falar contigo. (gosto de ti.)
chega o almoço e põe-se a mesa. o cheiro da comida espalha-se pela casa e a fome começa a apertar. eu sento-me ao teu lado. como pouco. refilas. eu sorrio e saio.
a tarde entra. o sol queima a cara mas nós não nos importamos. vemos os campos. vamos à escola.
ando de um lado para o outro.
o sol começa a desaparecer.
um jantar rápido.
quem é que dorme com quem. eu durmo contigo. (gosto de ti.)
à noite tenho medo. o vento sopra lá fora. há barulhos estranhos.
pijama. almofada. aconchegas-me. vês-me adormecer.
o relógio da sala pontua o dia.

(as ervas cresceram demais e já ninguém as corta. já não há animais a fazer barulho. já não há aconchego. tenho saudades.)


suspiro.